Desde pequena gostava das aulas de Educação Física, e jogava qualquer um dos esportes; quebrei a regra de "balé para as meninas" e fui fazer capoeira, que pratiquei por bons 7 anos; brincava com meus vizinhos na rua, e usava a lixeira pro basquete, o muro como rede do vôlei e os postes de "Proibido Estacionar" como gol.
Em 2006 resolvi jogar. Mas não jogar qualquer coisa, jogar vôlei. O porquê eu ainda não descobri, mas foi como amor à primeira vista. Me indicaram ir no Corinthians. Logo lá? Sou palmeirense, não ia entrar no clube rival, mas resolvi dar uma chance. Depois de 6 meses de escolinha entrei para o time. Acho que levava o jeito.
Foram 6 anos e meio muito bem sucedidos, no meu ponto de vista. Tenho medalhas, uniformes, fotos, vídeos e, o mais importante, lembranças. Lembranças de tudo, treinos, jogos, festas, campeonatos, viagens, torneios, piadas, risadas, vitórias, derrotas, tristezas, lágrimas. Amigos que fiz, pessoas e lugares que conheci. Se não tivesse dado aquela chance, não seria a pessoa que sou hoje, não teria tido tantas oportunidades, tantas experiências, tanta vivência.
Ainda nas primeiras categorias ouvi da minha técnica conselhos e verdades que guardo comigo. A partir do momento que se compromete como atleta, você assume uma vida diferente. Você não é como todo o resto, não tem tardes livres, não vai para festas todos os fins de semana. Você tem responsabilidades. Você é diferente. Assumi o risco e não me arrependo.
Depois de todo o tempo que fiquei lá vejo que valeu a pena. Ás vezes penso que, se fosse uma pessoa "normal", provavelmente não teria tido tantos momentos maravilhosos e importantes como os que tive como atleta. Atleta do Corinthians.
Sim, aprendi a amar o meu time porque o defendia com unhas e dentes, e foi ele quem me acolheu, me ensinou e me transformou. Gritei, chorei e comemorei muito por ele. Vesti realmente a camisa. Infelizmente, nada dura para sempre. O ano de 2012 foi o último defendo o clube alvinegro.
2013 começa diferente. Para quem também não sabe, 13 é o meu número. Sempre joguei com ele, e tenho sim a superstição de que ele me traz sorte. Quem sabe? A questão é que estou indo para outro time que, espero, me acolha tão bem quanto o anterior. Na próxima segunda-feira uma nova fase da minha vida começa.
Apesar disso, não vou deixar de lado, nem tão pouco esquecer o meu passado. Fui feliz, sim. Tive angústias e alegrias, momentos que me decepcionei e momentos de glória. Mas o que seria a vida se tudo fosse perfeito?
Amanhã, sexta, vou visitar e reencontrar minha "antiga" casa. Porém, não vai ser como se estivesse voltando das férias. Isso vamos deixar para dia 4. Provavelmente irei agradecer por tudo, e pegar algumas boas energias para começar uma nova temporada no Banespa.
Não vou desistir dos meus sonhos tão facilmente.