Além da inversão dos valores culturais, como eu disse na postagem sobre o ataque ao museu do índio, onde estão se equivocando ao dizer quem é o civilizado e quem é o selvagem, há uma inversão de valores também na escola. Claro que a distorção em um ambiente gera a mesma consequência em outro.
Vejamos que, em qualquer colégio, público ou privado, da Zona Sul ou da Zona Norte, há um problema recorrente: a infantilidade no comportamento dos adolescentes. Sei que não sou perita no assunto, poderiam até pensar que não deveria falar uma palavra sobre isso tudo, até porque eu mesma sou uma adolescente, mas não podemos generalizar.
O esperado, pela ordem natural da vida, é que ao envelhecer, as pessoas se tornem mais sábias, mais responsáveis, mais maduras. O que acontece, porém, é o contrário. A cada ano que passa, o comportamento de alguns fica cada vez mais infantil. São adolescentes que agem como crianças e esperam ser tratados como adultos. Não é assim que funciona.
Uma das coisas boas que o voleibol me trouxe, você pode achar que é besteira, foi a maturidade em relação à minha vida, aos meus atos e às consequências que eu deveria encarar. Tive que aprender a ter responsabilidades muito cedo, aprender a tomar conta de mim e não me deixar levar pelos problemas que enfrentamos no dia a dia.
Tentar se fazer de criança, pobre e indefesa, irresponsável pelas suas ações, não ajuda em nada, e não vai convencer ninguém nesse mundo. Não temos os poderes de Peter Pan e Wendy, não estagnamos na mesma idade. Crescer significa deixar coisas para trás, e, simplesmente, crescer.
Talvez eu tenha crescido muito rápido, não tenho mais paciência. Mas, como nada na vida é exatamente como queremos, tenho que me adaptar, que aprender a conviver. No fim, ninguém é mais criancinha e todos sabem muito bem o que fazem e o que receberão em troca, mesmo fingindo ou esperando que não.
Uma bola de tênis jogada na parede volta com a mesma intensidade do lançamento.
Toda ação tem sua reação.
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