sábado, 9 de março de 2013

Luta de gigantes

Detalhes dos protetores de poste e da cadeira do árbitro especiais
para essa fase final da Superliga, com o logo da competição e da CBV.
Hoje, sábado 09/03, fui ao Ginásio José Liberatti, com a minha companheira de passeios, minha mãe, para assistir o primeiro jogo da semifinal da Superliga feminina entre Sollys/Osasco x Amil/Campinas. Valeu a pena ter acordado cedo, enfrentado a maior fila de todos os tempos, passado o maior calor e a maior adrenalina sentada naquela arquibancada! E posso falar isso por todas as pessoas que também estiveram lá. Mesmo para o time que perdeu, foi um espetáculo e tanto!

Jogadoras, árbitros, comissão técnica e torcedores se levantam
para a execução do Hino Nacional.
O time de Osasco chegou à semi depois de ter eliminado o Minas em dois jogos e o time campineiro depois de ter derrotado com certa dificuldade o Pinheiros, depois de três jogos eletrizantes. A outra semifinal fica por conta do Unilever, que tirou o Rio do Sul da disputa, contra o Sesi, que ganhou do forte Praia Clube. Já dava pra perceber que essa rodada prometia jogos emocionantes!

Jogadoras começam a fase de aquecimento antes da partida, que começou
às 10h da manhã de sábado, transmitida exclusivamente pela Globo.
Ontem o time carioca ganhou a primeira batalha por 3x1 do Sesi na Vila Leopoldina, deixando a equipe à uma vitória de mais uma final de Superliga. E, pela manhã, o Sollys mostrou que não veio para brincar. Depois de um primeiro set desatento, com erros técnicos, e uma vitória do Amil por 25x22, o time das campeãs Olímpicas Sheilla, Jaque, Thaisa, Fê Garay e Adenízia deu a volta por cima massacrando o adversário e venceu os três sets seguintes, por 25x10, 25x16 e 25x20, respectivamente. 


Desde o momento da abertura dos portões até o término da partida, o animador do ginásio puxou a galera e a torcida embalou o time em vários momentos importantes do jogo. Gritos de guerra, "Saca na Ramirez", "Elas estão descontroladas", e até o Harlem Shake foram feitos pela torcida Loucos Por Osasco, e abafaram os gritos da empolgada torcida de Campinas que, mesmo pequena, não se intimidou e não parou um minuto.

Torcida deu um show e embalou as equipes, sem para um minuto sequer. 
Na temporada passada, a oposta Daymi também chegou à semifinal enfrentando o Sollys, mas pelo time de Minas. Desde então ela caiu nas vaias da torcida de Osasco e hoje não foi diferente. Perseguida no saque, na defesa e no ataque, a cubana sentiu a pressão e só fez o serviço bem feito no primeiro set, dominado pela sua equipe. Na sequência da partida caiu de rendimento e fazia caras feias para o público a cada um ou outro ponto que fazia.
A levantadora Pri Heldes, com um bom toque de bola, tomou conta do time e já começou o jogo de titular, deixando a experiente Fernandinha no banco, junto com a outra veterana Soninha, que entrou mas não se mostrou. A bulgara Vasileva também não conseguiu fazer muito, além de furar o bloqueio adversário algumas vezes e mostrar que pode ajudar na recepção. Walewska, rodando várias bolas rápidas pelo meio ou com a jogada china, e a líbero Suelen, mostrando que não tem limitações físicas, apesar de estar acima do peso, e que sabe defender e passar muito bem, foram as únicas que se destacaram.

Amil tenta resistir, mas foi massacrado no 2º set,
por 25x10.
Enquanto isso, do outro lado da rede, as sete jogadoras faziam bonito, cada uma no que era preciso. Digo sete, contando a levantadora, oposta, duas ponteiras, duas meios e a líbero Camila Brait, que tomou conta do fundo de quadra muito bem. Com uma recepção não tão boa de Fê Garay, mas ataques muito potentes, as meninas trabalharam em conjunto e Jaqueline cobriu a companheira na linha de passe e defesa. Thaisa e Adenízia deram um show no saque, nas bolas rápidas de meio e no paredão laranja que se formou, com a ajuda de Sheilla, que bloqueou Vasileva pelo menos umas quatro vezes. Mesmo com altos e baixos de Fabíola, o time trabalhou muito bem e virou o placar várias vezes para alcançar a vitória.


A outra estrela do jogo foi o árbitro, que talvez quisesse aparecer mais do que as jogadoras em várias situações. No último set, as conversas e reclamações se tornaram constantes, e então ele distribuiu advertências e cartões amarelos para ambos os times, que não entenderam nada da bagunça e começaram a vaiar o juíz, junto com a torcida.

Jogadoras se cumprimentando na rede ao final da partida,
 parte do protocolo oficial da competição.
Ao fim da partida, o Sollys fechou o placar em 3x1 e deu a alegria para a torcida. Apesar da rivalidade na hora do jogo, as atletas e as comissões técinas, todos companheiros de longa data tanto de seleção brasileira quanto em outras equipes, se cumprimentaram amigavelmente e mostraram que o voleibol não é um esporte de inimizades. O jogo é jogado dentro das quatro linhas e, fora delas, esse universo é pequeno, onde todos se conhecem e convivem muito bem. Um esporte gostoso para qualquer um!

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